O Dia de Santa Ema da Saxônia é comemorado no dia 19 de abril, no calendário litúrgico da Igreja Católica, em homenagem a uma mulher de família nobre, dedicada à causa dos pobres e desvalidos, que viveu no século XI.
A Igreja Católica canonizou duas santas com o nome de Ema: a primeira, Ema de Gurk, que viveu na Áustria, e a segunda, Ema de Saxônia, que viveu na Alemanha. O interessante é que muitos detalhes da vida de ambas são semelhantes.
Elas viveram no mesmo século, nasceram de famílias nobres, se casaram e ficaram viúvas muito jovens e, por fim, repartiram seus bens com os pobres, levando uma vida austera e dedicada às orações e às obras de caridade.
Sobre Ema da Saxônia, sabe-se que nasceu no berço de uma família muito religiosa, de origem nobre, e que foi irmã de Meginverco, que foi bispo na cidade de Paderborn e que, depois da morte, também foi canonizado.
Ainda adolescente, como era costume em sua época, foi dada em casamento a um nobre, Ludgero, conde da Saxônia, que morreu apenas um ano depois das bodas. Sem filhos, sendo bastante devota, muito rica e bonita, Ema não procurou novo casamento.
Manteve-se constante diante de um novo projeto de vida, dedicando-se totalmente ao atendimento de obras de caridade. Sempre generosa em suas doações e no atendimento aos desvalidos, Ema mostrava-se austera e intransigente consigo própria, procurando a perfeição no seu difícil estado de viuvez, uma condição muito incômoda para uma mulher que havia ficado só, sendo muito rica e, portanto, objeto de assédio de muitos nobres de seu convívio.
Além disso, Ema foi exposta a muitos comentários, uma vez que vivia sem apoio de ninguém, tendo se tornado também alvo de parentes próximos e afastados, interessados em seus bens.
Sobre sua vida, um cronista alemão de seu tempo, Adão de Bremen, escreveu algumas informações, dizendo ser uma nobilíssima dama e elogiando suas atitudes com relação aos carentes da cidade em que vivia.
Mesmo com os contratempos por que passava, Ema não desistiu de sua empreitada, administrando seu patrimônio e atendendo os pobres e órfãos através de instituições assistenciais.
Por ocasião de sua morte, quarenta anos depois de ter enviuvado, não possuía mais nenhum bem de valor, tendo transferido tudo que possuía às instituições que criara ao longo do tempo.
Não tendo filhos naturais, Ema, no entanto se tornou mãe espiritual de uma multidão de pessoas, mostrando ser uma verdadeira serva de Cristo, merecendo a devoção não apenas dos que atendeu quando em vida, mas de todos os que ainda a mantém como um exemplo de pessoa cristã.
Ema seguiu o exemplo citado pelo Apóstolo Paulo, que louvava a opção das viúvas que se dedicavam à vida religiosa e ao serviço comunitário em sua diocese, tendo incentivado a associação de viúvas que trabalhavam distribuindo as esmolas aos pobres em nome da Igreja.
Um dos fatos mais interessantes sobre Ema da Saxônia é que sua mão se conserva ainda intacta, tantos séculos depois de sua morte, apresentando, sem sombra de dúvida, uma das características mais marcantes de sua vida: a generosidade.
O corpo da santa, que morreu em 19 de abril de 1040, está sepultado na Catedral de Bremen, na Alemanha. Sua mão, inexplicavelmente intacta, encontra-se no mosteiro de São Ludgero, também na Alemanha.