O Dia de Santo Amós é comemorado no dia 31 de março em homenagem a um profeta que viveu no século VIII AC. É considerado como um dos doze Profetas Menores e foi o primeiro a deixar suas mensagens por escrito.
O nome Amós significa “aquele que ajuda a carregar o fardo”. Seu nome parece ser uma abreviatura da expressão “Amosiá”, cujo significado é “Deus levou”.
Amós nasceu na aldeia de Tecoa, cerca de 20 km a sudeste de Belém, nos limites do deserto de Judá. Era um homem de família humilde, pastor e agricultor, cultivador de sicômoros. Durante o reinado de Jeroboão, deixou sua vida tranquila, saindo para anunciar o reino de Deus e denunciar o reino de Israel Setentrional.
As profecias eram aceitas pelos hebreus, que consideravam os profetas homens escolhidos por Deus para manter a fé. Com o desenvolvimento e a popularização da escrita, durante o tempo de Amós as profecias passaram a ser registradas, sendo assim distribuídas com maior rapidez do que através da oratória, expandindo a divulgação da palavra de Deus ao seu povo.
Os judeus consideravam os profetas como pessoas que conheciam profundamente a vida e a realidade do seu povo, embora sendo extremamente sensíveis a Deus.
Era essa a razão porque determinados homens eram escolhidos por Jeová para se tornarem anunciadores de sua vontade dentro de um momento histórico. Assim, os profetas tinham como missão denunciar tudo o que estivesse ferindo a vontade de Deus.
Durante sua vida de profecias, Amós teve um curto ministério religioso na região de Betel e Samaria, retornando depois de sua expulsão pelo rei de Israel, retornando às suas atividades no pequeno sítio que lhe garantia o sustento.
As profecias de Amós aconteceram durante os reinados de Uzias, rei de Judá, e de Jeroboão II, rei de Israel, sendo contemporâneo de Isaías e Oséias, profetas que viveram mais anos que Amós.
Sob o reinado de Jeroboão, Israel atingiu o máximo de prosperidade. No entanto, essa prosperidade foi acompanhada do aumento da luxúria, da idolatria e do vício. Na realidade, o luxo dos ricos insultava a miséria dos oprimidos e o esplendor do culto apenas disfarçava a ausência de uma verdadeira religião.
A tradição conta que, nessa época, Amós foi convocado por Jeová para lembrar ao povo sua Lei, para falar da retribuição de sua justiça e para chamar o povo ao arrependimento.
Com sua rudeza de homem do campo e com a riqueza de imagens, a palavra de Amós incomodava os nobres, já que ele anunciava que o julgamento de Jeová não iria atingir apenas as nações pagãs, mas também e principalmente, o povo escolhido.
Embora os judeus se considerassem salvos, estavam se mostrando pior do que os pagãos.
Amós mostrava conhecer a realidade do seu povo e nos nobres que o governava, denunciando especificamente os ricos, que estavam cada vez mais acumulando riquezas e vivendo em palácios e mansões, criando um regime opressor.
Entre os denunciados por Amós estavam as mulheres ricas que, para viverem em meio à riqueza, incentivavam seus maridos a explorar os mais fracos, além dos que roubavam e exploravam para depois ir ao templo rezar, pagar dízimos e dar esmolas para aplacar a própria consciência.
Amós não poupou os juízes, que dizia estarem julgado conforme o dinheiro que ganhavam dos subornos, e os comerciantes, que deixavam os pobres sem possibilidade de comprar ou vender as mercadorias por preço justo.
Os registros informam que o trabalho espiritual de Amós trouxe novas esperanças para o povo, que sentia a opressão dos seus governantes. O ministério de Amós ocorreu na época em que o reino estava dividido entre o norte e o sul e, embora sendo do sul, Amós profetizou no norte.