O Dia de São Benezet é comemorado no dia 14 de abril em homenagem àquele que foi um pastor de ovelhas que viveu na região de Savoia, na França, no século XII.
Não existem registros sobre a vida infantil de Benezet, sabendo-se apenas que ele nasceu em 1163, próximo a Savoia, na França, onde trabalhava como pastor de ovelhas com a idade de doze anos. Seu comportamento, muito humildade, era bastante alegre, exercendo suas funções com amor e dedicação.
A tradição conta que, com a idade de doze anos, de repente ouviu uma voz falando com ele, dizendo se tratar de Jesus Cristo. Olhou à volta, mas não viu ninguém. De início, Benezet se manteve apreensivo, mas criou confiança e acreditou tratar-se mesmo do Divino Mestre.
Em sua pureza de adolescente, Benezet nem se deu conta que tudo poderia ser contra si, já que vivia numa época cheia de superstições e perseguições, podendo mesmo ser considerado um bruxo.
Benezet, que era também chamado Pequeno Bento, ao ouvir a voz poderia ter ficado tranquilo, pensando que Jesus estava entrando em contato com ele. A natureza da ordem, no entanto, é que se mostrou estranha:
A voz dizia que ele deveria erguer uma ponte sobre o rio Ródano, um rio de que nunca tinha ouvido falar, devendo, dessa maneira, abandonar a profissão que tanto amava.
O chamado havia sido tão real, que Benezet não titubeou. Sem pensar duas vezes, colocou-se a caminho, sem nem mesmo saber onde ficava o tal rio Ródano. Também não estranhou quando, depois de andar algumas centenas de metros, um jovem veio ao seu encontro e simplesmente comunicou que iria acompanha-lo em sua empreitada, ajudando a construir a ponte.
Quando finalmente chegou às margens do rio Ródano, nas portas da cidade de Avignon, Benezet se assustou com o grande volume de água. Seguindo as orientações do novo amigo que, na verdade, era um anjo que depois desapareceria, procurou pelo bispo de Avignon, contando sobre a missão que havia recebido.
O bispo o ignorou completamente, mas Benezet não desistiu. Procurou o prefeito e este, julgando se tratar de um louco, disse que ajudaria se Benezet conseguisse remover uma pedra que atrapalha as ruas da cidade, usando-a como alicerce para a gigantesca obra que pretendia erguer.
Segundo os devotos de São Benezet, o santo apenas fez o sinal da cruz sobre a pedra e, depois de levanta-la com a maior facilidade, a levou nos ombros até o rio, onde deveria se tornar a primeira pedra de sua ponte.
Ao mesmo tempo em que carregava a pedra, segundo a tradição, dezoito doentes teriam tocado suas vestes, recebendo imediatamente a cura. Com todos os prodígios e graças apresentados, tanto o prefeito quanto o bispo assumiram a construção da obra, que serviu para promover o desenvolvimento de toda a região de Avignon.
A ponte levou onze anos para ser totalmente construída, mas o Pequeno Bento faleceu antes do término de sua construção.
De acordo com a tradição a construção da ponte havia sido ordenada por Jesus Cristo para que o povo de Avignon se libertasse da tirania dos canoeiros, que cometiam arbitrariedades e faziam grandes injustiças contra quem precisasse deles para atravessar o perigoso rio Ródano.
A ponte iniciada por Benezet resistiu 500 anos antes de ruir. Depois de sua queda, foi reconstruída, sendo hoje um marco da cidade de Avignon que, por sinal, tem como padroeiro São Benezet, ou o Pequeno Bento, como o chamam os devotos. Sua devoção continua até hoje, quando se comemora uma grande festa no dia 14 de abril na cidade.
Ao morrer, Benezet foi sepultado em uma pequena capela, construída sobre a ponte, que resistiu ao tempo, permanecendo até hoje. O corpo de Benezet permaneceu na capela por 500 anos, até que, em 1699, quando a ponte em parte ruiu, houve o traslado de seus restos mortais.
Seu corpo foi encontrado intacto, sem qualquer sinal de decomposição. As informações são de que até mesmo seus olhos e órgãos internos estavam perfeitos, embora seu túmulo já estivesse totalmente estragado e enferrujado.
No Brasil, São Benezet é considerado como São Benedito no sincretismo religioso, sendo o chefe espiritual da Legião que leva seu nome, formando a primeira linha de Oxalá na Umbanda.