O Dia de São Crescêncio, ou Crescente, é comemorado no dia 15 de abril em homenagem àquele que foi um dos primeiros discípulos de Cristo mencionado no Novo Testamento.
Os únicos registros históricos de Crescêncio estão no Novo Testamento, onde ele é citado como missionário na Galácia, tornando-se depois companheiro de prisão de Paulo. Seu nome deriva do latim “crescere”, que significa “crescer”.
Seu nascimento não é registrado, embora a tradição informe que seja proveniente de Mira, na Ásia Menor, descendente de uma nobre família e tendo vivido grande parte de sua vida em Lícia.
Sua postura diante da vida mudou depois de conhecer o cristianismo e se entregar com fé e devoção à vida pregada por Jesus e, ainda conforme a tradição, muitas vezes chorava amargamente quando via as pessoas se entregando a cultos politeístas, com muitas divindades, longe daquilo que Cristo pregava.
Seu nome aparece uma única vez no Novo Testamento, como companheiro de Paulo no período de sua segunda prisão, em Roma, onde está escrito que ele deixou o apóstolo preso para se dirigir à Galácia. O texto do Novo Testamento mostra o pedido de Paulo a Timóteo: “Procura vir ter comigo breve, pois Demas me abandonou, tendo amado o mundo presente, e foi para Tessalônica; Crescêncio para a Galácia, Tito para a Dalmácia” (2 Timóteo 4:49-10).
O mais antigo relato escrito da tradição cristã, a Constituição Apostólica, apresenta Crescêncio atuando como bispo nas igrejas da Galácia. As tradições posteriores, por seu turno, informam que ele teria sido bispo de Vienne, na Gália, e de Moguntiaco, no Reono.
No entanto, os registros feitos na Gália não apresentam o seu nome especificamente como diretor das igrejas, acreditando-se que a crença seja proveniente da vontade popular de justificar uma origem apostólica para as igrejas dessa região.
Sobre Vienne, pode ter havido confusão na identificação com outro bispo de mesmo nome, que viveu no século III, ou seja, cerca de duzentos anos após o primeiro, e, com relação a Moguntiaco, não existem registros escritos.
Como se tratam de registros muito antigos, que foram copiados inúmeras vezes, como o Codex Sinaiticus e o Codex Ephraemi, pode-se pensar que tenha havido confusão também nos nomes, com os monges copistas tendo escrito Gália em vez de Galácia.
No documento Pseudo Doroteu, Crescêncio está registrado como um dos Setenta Discípulos de Cristo, e isso o coloca, definitivamente, no tempo de Jesus.
O martírio de Crescêncio ocorreu sob o imperador Trajano, que governou Roma entre 98 e 117, e é comemorado no martirólogo romano no dia 27 de junho, embora a Igreja Romana e a Ortodoxa o coloquem no dia 15 de abril.
Sua prisão ocorreu quando resolveu exortar pagãos a abandonar sua religião politeísta, fato que foi comunicado ao prefeito da cidade. O prefeito, sabendo quem eram seus pais, fez-lhe a oferta para abandonar o cristianismo, oferecendo sacrifício os ídolos, mas Crescêncio se negou.
Submetido a torturas, foi agredido e lhe passaram garras de ferro, queimando-o vivo.