O Dia de Beata Helene Guerra é comemorado no dia 11 de abril em homenagem à religiosa italiana que exerceu a profissão de professora e que foi a fundadora da Congregação das Irmãs Oblatas do Espírito Santo.
Elena Guerra nasceu na cidade de Lucca, na Itália, em 23 de junho de 1835, vinda de uma família extremamente religiosa. Desde a infância, viveu diversas experiências típicas do laicato católico, como mantendo os cuidados com doentes e ensinando o catecismo às crianças.
Certa vez, juntamente com seu pai, Antonio, ela participou de uma peregrinação pascal a Roma e, entre outros momentos marcantes, visitou as Catacumbas dos Mártires, ocasião em que tomou a decisão de dedicar sua vida à Igreja.
Nessa mesma visita, teve a oportunidade de assistir na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a terceira sessão conciliar do Vaticano I, concílio que estava aprovando a Constituição Dei Filius, versando sobre a fé cristã.
A visita ao então Papa Pio IX a comoveu de tal forma que, depois de algumas semanas, novamente em sua cidade, Lucca, ofertou sua vida e seu trabalho aos cuidados da Igreja, demonstrando sua total devoção ao papa.
Em 1871, depois de uma noite onde havia conseguido diversas graças místicas particulares, Elena, juntamente com um grupo de Amigas Espirituais e Filhas de Maria, começou uma nova experiência em sua vida religiosa comunitária, experiência que culminou, no ano seguinte, na fundação da Congregação das Irmãs Oblatas de Santa Zita, dedicando-se à educação cultural e religiosa da juventude. Uma de suas alunas prediletas durante essa fase foi Gemma Galgani que, posteriormente, também foi canonizada.
No ano de 1882 Elena fundou uma comunidade de mulheres leigas na cidade de Lucca, dedicada à educação das meninas e também voltada para Santa Zita, padroeira da cidade. A comunidade não exigia votos, sendo uma associação de voluntárias dedicadas ao ensino.
A Instituição, anos depois, foi reconhecida pela Igreja como uma Congregação religiosa.
A divulgação dos seus trabalhos tornou-se popular e, naquela época, o Estado Italiano vivia um período de anticlericalismo, além das práticas espíritas que se propagavam pelos ensinamentos de Allan Kardec pela Europa.
Elena Guerra, para combater o que considerava heresia, passou a publicar dezenas de pequenos livretos, convencendo-se a ir procurar diretamente o então Papa Leão XIII, solicitando-lhe que a Igreja voltasse a operar o Espírito Santo de Deus. A todos, pedia que rezassem continuamente o Rosário do Espírito Santo.
Elena Guerra viveu toda sua vida em sua cidade natal, com exceção de duas viagens a Roma, mas sua influência extrapolou as fronteiras de Lucca. Depois de duas cartas de sua autoria, o Papa Leão XIII escrever três artigos sobre o Espírito Santo, “Carta Apostólica Provida Matris Charitate”, a encíclica “Divinum Illud Munus” e a carta aos bispos “Ad fovendum in Cristiano populo”.
Seus escritos foram a resposta positiva às cartas de Elena Guerra, representando um momento importante no desenvolvimento da doutrina sobre o Divino Espírito Santos dentro da Igreja.
Suas irmãs da cidade natal não partilhavam de diversas ideias de Elena, o que a levou a demissão do cargo de Madre Geral. Aceitando a decisão das irmãs, mas apoiada pelas pessoas, Elena continuou seu trabalho apostólico.
Sua morte ocorreu poucos anos depois, em 11 de abril de 1914, tendo seu corpo sido enterrado na Igreja de Santo Agostinho, em Lucca. Elena foi beatificada pelo Papa João XXIII, em 1959, com o título de Apóstola do Espírito Santo.
Atualmente a Beata Elena Guerra é considerada a precursora do Movimento da Renovação do Espírito Santo, conhecido no Brasil como Renovação Carismática Católica. A Beata Elena Guerra tem em seu favor uma equipe que trabalha por sua canonização, formada por membros da Renovação Carismática Católica.