O Dia de Nossa Senhora do Ó é comemorado no dia 18 de dezembro. Na verdade, esse é o nome que damos à Virgem Maria, mãe de Jesus, diante da maneira sábia que conduziu o período de expectativa que antecedia o nascimento de Jesus.
A letra Ó, no final da aclamação, corresponde também ao símbolo de um círculo, ou seja, a vida cíclica perfeita de Maria. Significa também para exaltar a alegria e os desejos da Virgem Maria antes do parto.
Além da expectativa natural de uma mãe com a chegada de seu filho, para a Virgem Maria era também a gloriosidade de gerar o filho divino, o salvador do mundo.
A tradição de prestar homenagens à Nossa Senhora do Ó surgiu na Espanha, mas logo se propagou para o mundo. O Conselho Regional, denominado Décimo Concílio, constituído por muitos bispos, no ano de 656, reconheceu o estágio de “expectação”, o período de expectativa que antecedeu o nascimento de Jesus, como um período santificado.
Ao todo são sete as antífonas, aclamações, recitadas na época denominada advento, e todas as sete orações que mais parecem poesias são iniciadas com a letra ”Ó”.
O Papa Magno foi quem as instituiu para serem recitadas nas Missas, principalmente as que antecedem o Natal, iniciando no dia 17 e a cada dia nos sete sias subsequentes, e que expressam gratidão, homenagem, amor enfim respeito aos ensinamentos cristãos.
Inicialmente, as antífonas eram relatadas em forma de canto gregoriano, em latim, mas depois traduzidas para todos os idiomas.
Para a imaginação humana, fica até difícil entender como Maria se sentia no período que antecedia o nascimento de Jesus, tamanha era sua responsabilidade, pois todos os períodos de uma história estavam depositados na vinda do filho de Deus, desde:
•A aliança de Maria com Deus, que depositou em seu ventre a esperança para o mundo corrompido;
•Todo o sentimento de ser a bendita entre as mulheres;
•A confiança depositada em Maria, para gerar o redentor desde os tempos de Adão e Eva;
•A pureza de Maria, de corpo e alma;
Esperando seu filho, único e sagrado, Maria tomou a forma mais singular da santificação, pois nenhum pensamento maligno, duvidoso ou acusação lhe entorpeceram ou foram instalados em seu coração.
Ao contrário, soube administrar com maestria todo o período da gestação, mesmo muitas vezes sendo injuriada pela dúvida e desconfiança das pessoas de sua relação. Apesar da vida simples, precária, com necessidades extremas de moradia, alimentação e conforto, jamais se abalou, jamais sentiu ódio ou raiva.
Esta era a força de sua aliança com Deus, seus pensamentos só se voltavam à expectativa do nascimento do seu filho, o filho escolhido.
Nossa Senhora do Ó é a madrinha de muitas cidades. Inclusive, no Brasil, existem inúmeros bares, estabelecimento, bairro e comunidades que adotaram seu nome, como homenagem.
Em Portugal, ela é reverenciada em muitas cidades, as festas ocorrem com missas e procissões,
Apesar de sua imagem grávida e com a mão esquerda sob seu ventre ter sido retirada dos altares no século XIX e substituída pelo dogma da Imaculada Conceição, Nossa Senhora do Ó ainda é lembrada carinhosamente por todas as grávidas no mundo.
Toda a magia e a força que Nossa Senhora do Ó demonstrou quando precisou atravessar todo o deserto no lombo de um burro, para poder dar a luz a seu filho, exposta a intempéries e ainda perseguida, ilustra a sólida aliança com Deus.
Por isso, dia 18 de dezembro, mesmo a imagem de Nossa Senhora de Ó não mostrar a formosura de sua gravidez, ela deve ser reverenciada pelos ensinamentos de equilíbrio, bondade e confiança.