O Dia de São Benedito José Labre é comemorado no dia 16 de abril em homenagem àquele conhecido como o “vagabundo de Deus” ou ainda como “o cigano de Cristo”.
Bento José Labre nasceu em Amettes, na França, no dia 25 de maio de 1748, embora haja informações sobre o dia 26 de março do mesmo ano. Viveu apenas 35 anos, 13 dos quais viajando como peregrino pelas estradas europeias, em razão do que foi apelidado como “vagabundo de Deus”, ou “cigano de Cristo”, além de também ter sido chamado, pejorativamente, de “o santo dos piolhos”.
Benedito foi o primeiro de 15 filhos de uma família de modestos agricultores. Seus estudos se limitaram à escola do vilarejo, tendo também aprendido os primeiros rudimentos de latim com um tio materno, língua ainda exigida na época.
Tendo sido sempre propenso à vida de contemplação, ao contrário do que os pais pretendiam – que procurasse o ministério sacerdotal – implorou diversas vezes a eles a licença para se tornar monge trapista.
Com 18 anos, finalmente, pôde fazer o pedido de ingresso na tropa de Santa Aldegonda, recebendo um parecer negativo dos monges. Também foi recusado pelos monges cistercienses de Montagne, na Normandia, lugar a que chegou depois de ter percorrido a pé mais de 60 léguas, em pleno inverno.
Permaneceu por seis semanas na Cartuxa de Neuville e praticamente o mesmo tempo na abadia cisterciense de Sept-Fons, de onde levou a única túnica que tinha e o escapulário de noviço. Finalmente tinha sido aceito.
No entanto, com 22 anos, tomou a mais importante decisão de sua vida: em vez de se enclausurar num convento, resolveu que seu mosteiro seria a estrada. Mais precisamente, seriam as estradas que levam a Roma.
Sua chegada a Roma ocorreu no ano de 1770, onde se misturou aos mendigos. Nessa condição, visitou as principais basílicas, em especial o Santuário de Loreto, para onde fez pelo menos onze peregrinações.
No seu saco de peregrino carregava tudo o que possuía: um livro do Novo Testamento, outro da Imitação de Cristo e o breviário, no qual rezava todos os dias. Em seu peito, trazia um crucifixo, um terço ao pescoço e um rosário nas mãos. Diz-se que comia apenas um pedaço de pão e alguma erva por dia, não pedindo caridade a ninguém e, quando a recebia, sempre repartia com outros pobres, mesmo correndo o risco de que o doador, percebendo seu ato, ficasse desgostoso.
E o fato chegou a acontecer, quando recebeu até pancadas de um doador ao repartir o pão que recebera com outro mendigo.
Suas noites eram passadas entre as ruínas do Coliseu Romano e, durante o dia, peregrinava pelos vários santuários, fazendo orações contemplativas.
Sua morte ocorreu em 16 de abril de 1783, nos fundos da casa do açougueiro Zacarelli, próximo à Igreja de Santa Maria dos Montes, vítima de maus tratos e da absoluta falta de higiene. Foi sepultado nessa mesma igreja, com um grande afluxo do povo, que já conhecia sua santidade.
São Benedito José Labre foi canonizado pelo Papa Leão XIII em 1883, e é considerado o patrono dos deslocados e das pessoas sem moradia. Em seu túmulo está a inscrição: “Aqui repousa São Bento José Labre, peregrino francês que viveu durante muitos anos diante desta igreja pedindo esmolas, como vagabundo de Cristo”.