O Dia de São Henrique é comemorado no dia 13 de julho.
O Sacro Império Romano Germânico foi criado pela união dos territórios da Europa Central, tendo durado desde o início da Idade Média até a Idade Moderna. O Império foi desfeito apenas em 1806, sendo dissolvido durante as Guerras Napoleônicas. Entre seus imperadores está Henrique II, que foi nomeado em 1014 e reinou até sua morte, em 1024.
Henrique II, hoje considerado santo, nasceu em Bad Abbach, na Baviera, em 6 de maio de 973, e morreu em Gotinga, na Baixa Saxônia, em 13 de julho de 1024, sendo essa data comemorada em sua memória. Foi o último monarca de sua dinastia, conhecida como Otoniana. Nasceu e morreu em terras hoje pertencentes à atual Alemanha.
Henrique era filho do rei Henrique II da Baviera. Seu pai havia se rebelado contra dois imperadores do Sacro Império, o que o levou a passar parte de sua vida no exílio, encontrando refúgio com o Bispo de Frisinga e tendo sido educado na escola da Catedral de Hidesheim, onde conseguiu sua formação cristã, tendo como mentor o Bispo de Ratisbona.
Depois da morte de seu pai, em 995, Henrique tornou-se o Duque da Baviera e foi eleito rei em 1002, após a repentina morte de seu primo, Otão II, sendo mais tarde também eleito Rei da Itália.
Quando estava indo para Roma, ajudar seu primo Otão II, soube de sua morte repentina e, prevendo que encontraria oposição à sua posse como Duque, tomou as insígnias imperiais, já que pertencia à dinastia de Otão. Assim, conseguiu assegurar sua eleição, coração e posse, mesmo sem reconhecimento da Igreja, que era a verdadeira coordenadora do Império.
Durante seu reinado, precisou batalhar contra o Rei da Polônia, Boleslau I, e contra Arduíno de Ivrea, que tinha sido coroado Rei da Itália, de quem tomou o trono, sendo coroado em Padova, pelo arcebispo de Milão, usando a famosa coroa de ferro que coroava os reis da Itália na época.
Finalmente reconhecido pela Igreja, foi coroado Imperador do Sacro Império Romano Germânico, recebendo o título do papa Bento VIII.
Henrique II casou-se com Cunegunda, princesa real de Luxemburgo, que também é considerada santa, tendo o casal inspirado sua vida nos melhores modelos de religiosidade e de santidade, mantendo sempre os bons costumes e um reinado voltado para o bem estar do povo, sempre preocupando-se com a elevação humana e cristã.
Como imperador e político, as contribuições mais importantes de Henrique II estão relacionadas com a consolidação do relacionamento entre Igreja e Estado. Em seu reinado, apoiou os bispos contra os clérigos monásticos, ajudando a estabelecer o poder temporal dos bispos sobre os territórios que governavam e manter a ordem contra os nobres e seus familiares ambiciosos, que sempre se rebelavam contra os poderes da Igreja.
Também foi um grande apoiador do celibato e foi o responsável pela fundação da Diocese de Bamberg, na Alemanha.
Foi através de Henrique II que a Igreja prescreveu o uso do Credo (credo niceno-constantinopolitano) nos cânones da Missa e sempre apoiou o papa Bento VIII, com quem tentava organizar um concílio para estabelecer as bases das relações entre a Igreja e o Estado, à época de sua morte.
Segundo a tradição, Henrique II e sua esposa não tiveram filhos, já que haviam feito voto de castidade, o que motivou o encerramento da dinastia Otoniana.
A canonização de Henrique II correu em 1174 pelo papa Clemente II. Em 1200, sua esposa também foi canonizada, pelo papa Inocêncio III. As relíquias de Henrique foram levadas em campanhas contra exércitos de hereges em 1160 e sua tumba, hoje, está na catedral de Bamgerg.
Henrique era devotado à Igreja, tendo crescido num ambiente cristão, com uma família voltada para a santidade e com irmãos totalmente dedicados à fé. A sua formação foi em Hildesheim, recebendo influência da experiência dos cônegos e de sua sabedora.
Conta-se que, aos 23 anos, num sonho, teve a visão de seu mestre, São Wolfgang, que tinha morrido pouco tempo antes e que este havia escrito na parede do seu quarto uma mensagem: “Entre seis”.
Henrique considerou que ele morreria em 6 dias, passando a penitenciar para purificar seu corpo antes de entregar-se a Deus pela eternidade. Passados os dias, como nada aconteceu, Henrique julgou que o tempo seria de 6 meses mas, completado esse tempo, também nada ocorreu.
Imaginou que sua morte seria em 6 anos e continuou sua penitência, mas, ao fim desse tempo, estava ocupando o trono do Império. Encontrava-se, portanto, preparado espiritualmente para não ceder às pressões dos nobres e começou a promover a reforma da monarquia, do clero e dos mosteiros, fazendo de seu governo um exemplo de honestidade e de moral.