O Dia de São João Damasceno é comemorado no dia 4 de dezembro.
João Damasceno é o santo da Igreja Católica comemorado no dia 4 de dezembro, data de sua morte, no ano de 749. Monge e sacerdote sírio, João Damasceno nasceu e foi criado em Damasco, tendo morrido em seu mosteiro, situado no Mar Saba, próximo a Jerusalém.
João Damasceno foi um homem muito culto, possuindo conhecimentos de direito, de teologia e de música e, entre outras atividades, diz a tradição, que serviu como administrador-chefe do califa de Damasco antes de ser convertido ao cristianismo.
João Damasceno pertencia a uma família de grande riqueza e proeminência no mundo árabe, conhecida como Mansour, ou “vitoriosa”. Seu nome completo era Yuhanna ibn Mansur ibn Sarjun, em homenagem ao seu avô, que tinha sido responsável pela coleta de impostos para o imperador bizantino Heráclio.
Como não existem documentos atestando sua linhagem tribal, diversos estudiosos o colocam entre os Taghlib ou os Kalb, duas tribos muito influentes entre os cristãos árabes do deserto da Síria. Alguns, no entanto, sugerem que ele pode ser origem síria e não árabe.
João Damasceno deixou diversas obras sobre a fé cristã, além de hinos que ainda hoje são utilizados na liturgia da Igreja Ortodoxa em todo o mundo, sendo considerado “o último dos padres da Igreja” pela vertente oriental da Igreja, e venerado como um grande defensor da veneração de ícones. A Igreja o considera um doutor, conhecido como Doutor da Assunção em razão de suas obras sobre a Assunção de Maria.
Uma das fontes mais seguras sobre a vida de João Damasceno é a obra atribuída a João de Jerusalém, um dos patriarcas dessa cidade, obra traduzida para o grego de um original árabe. O escrito parece ter sido obra de um monge chamado Miguel, onde o autor explica que decidiu escrever a biografia de João em 1084, já que não havia qualquer obra sobre o santo na época.
No entanto, a vida de João Damasceno parece ter sido escrita por diversos autores, em algum momento entre o fim do século X e início do século XI, mostrando-se uma obra levada a exageros e com detalhes lendários, não podendo ser considerada uma fonte fiel de informações, embora contenha fatos relevantes.
Um patriarca melquita do século X, Eutíquio, menciona em escritos um governador árabe que teria se rendido aos muçulmanos, considerado o avô de João Damasceno. Quando a região foi tomada pelos omíadas, no final do século VII, a corte de Damasco manteve o contingente de servidores civis cristãos, inclusive o avô de João. Seu pai continuou a servir os califas, passando suas obrigações para João, que também os serviu até se tornar monge.
É uma tese bastante questionada, já que o nome de João Damasceno não é mencionado em qualquer fonte muçulmana, embora seu pai e seu avô sejam lembrados. As obras de João Damasceno também não esclarecem qualquer dúvida, já que não fazem referência à sua vida na corte muçulmana.
Em uma de suas biografias, descreve-se que seu pai o fazia aprender não apenas através dos livros muçulmanos, mas também dos gregos, o que sugere que ele tenha tido uma educação bilíngue e bicultural, já que mostra conhecimentos sobre o Alcorão, que critica duramente em suas obras.
Outras fontes mostram que sua educação foi em Damasco, conduzida por fiéis cristãos da Grécia, havendo até a menção de um monge chamado Cosmas, raptado pelos árabes na Sicília e que foi comprado pelo pai de João, passando a ser seu professor e com quem o santo teria aprendido sobre música, astronomia e teologia, além de aritmética e geometria.
A morte de João Damasceno ocorreu em 749, sendo logo reconhecido como santo. Em 1883 foi declarador Doutor da Igreja pela Santa Sé, sendo inserido no Calendário Geral Romano em 189 e festejado em 27 de março.
Como a data sempre cai durante a quaresma, período em que não se comemoram santos com festividades, a data foi alterada para 4 de dezembro, dia da morte do santo.