O Dia de São Juan Cuauhtlatoatzin é comemorado no dia 9 de dezembro.
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin era um índio mexicano da tribo nahua, a quem é atribuída a visão da Virgem de Guadalupe, ocorrida em Tepeyac, região situada a noroeste da Cidade do México, em 9 de dezembro de 1531.
Juan Diego nasceu por volta de 1474 em Cuauhtitlán, cidade do reino de Textcoco, e morreu em 30 de maio de 1548 em Tenochtitlán.
Os relatos históricos dão conta que Juan Diego teve a visão de uma Senhora do Céu, que se identificou como a Mãe do verdadeiro Deus, orientando-o para informar ao bispo que mandasse construir um templo no local da aparição. A sua imagem ficou impressa milagrosamente no seu “tilma”, um tecido feito com cacto, de baixa qualidade, que costuma se degradar em menos de 20 anos mas que, ainda hoje, não apresenta qualquer sinal de deterioração, desafiando todas as explicações científicas.
A imagem ainda desafia outras explicações científicas, como o fato de conter, no olho da imagem, as figuras de Juan Diego e do bispo, um assunto que tem intrigado cientistas e estudiosos.
A Virgem de Guadalupe é venerada no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México, sendo considerada a padroeira das Américas. Sua festa ocorre em 12 de dezembro. Juan Diego, a quem a Virgem apareceu, foi beatificado em 1990 e canonizado em 2002, sendo o primeiro santo católico de origem indígena das Américas.
Juan Diego era um índio de baixa casta do Império Azteca, embora não chegasse a ser escravo. Seu trabalho era no campo, dedicando-se à fabricação de esteiras em seu pequeno pedaço de terra. Morava com a esposa, mas não tinha filhos.
Convertido ao catolicismo, foi batizado, recebendo o nome de João Diego e sua mulher de Maria Lúcia. Frequentava a igreja na Cidade do México, para onde costumava ir, andando 14 milhas, descalço e vestindo a tilma ou ayate, o tecido grosso de fibras de cacto.
Depois da morte da esposa, em 1529, foi morar com um tio, mais próximo da Cidade do México, continuando a fazer o percurso a pé. Numa de suas idas, em 9 de dezembro de 1531, teve a primeira visão de Nossa Senhora, no lugar hoje denominado Capela do Cerrinho.
A Virgem o incumbiu de pedir ao bispo, João de Zumárraga, para construir uma igreja no local da aparição. O bispo, no entanto, não se convenceu, pedindo provas concretas sobre a aparição.
No dia 12 de dezembro, terça-feira, João teve nova visão da Virgem, que lhe pediu para colher flores no alto da colina. Mesmo sendo inverno, João encontrou flores que colheu e colocou no seu manto. Ela lhe mandou entregar as flores ao bispo, como prova da aparição.
Ao abrir o manto diante do bispo, as flores caíram e no tecido estava impressa a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.
O bispo mandou construir a capela e João Diego foi morar numa sala ao lado, dedicando sua vida a propagar as aparições aos seus conterrâneos, mostrando-se sempre um fiel seguidor da Igreja e recebendo, inclusive, permissão do bispo para receber a Eucaristia três vezes por semana, acontecimento bastante raro na época.
A Igreja Católica do México ainda guarda documentos eclesiásticos, datados do século XVI, que fizeram parte do processo canônico de João Diego. Os documentos apresentam testemunhos de anciãos, alguns com mais de 100 anos de idade, testificando e confirmando a vida exemplar, a personalidade e a fama de santidade de João Diego.
Os testemunhos contidos atestam que João Diego era, para o seu povo, um índio bom e cristão, ou um “varão santo”, palavras que bastariam, em sua cultura, para entender a grandeza de sua personalidade, uma vez que os índios eram muito exigentes para atribuir às pessoas títulos tão nobres.
Canonizado em 2002 pelo Papa João Paulo II, Juan Diego Cuauhtlatoatzin teve sua festa designada para o dia 9 de dezembro, dia da primeira aparição da Virgem de Guadalupe.