O Dia de São Macário de Antioquia é comemorado no dia 10 de abril em homenagem ao patriarca grego ortodoxo da cidade de mesmo nome.
A história não registra fatos biográficos sobre sua juventude, aparecendo o nome do santo apenas enquanto patriarca grego de Antioquia, cargo que exerceu entre 656 e 681, ano de sua deposição.
Seu título de patriarca aparenta ter sido apenas honorário, já que a época em que se registra sua passagem pelo patriarcado coincide com o domínio muçulmano na época, e ele tinha sua residência em Constantinopla, hoje Istambul.
Não se tem informações antes do Terceiro Concílio de Constantinopla, que o depôs em virtude de sua crença no monotelismo, a crença de ser Jesus homem e Deus ao mesmo tempo. As informações depois de sua deposição são provenientes apenas de seu refúgio num mosteiro situado em Roma.
Seu registro na história da Igreja é devido, principalmente por ter sido o causador da anatemização ou condenação do Papa Honório I.
Os registros históricos da Igreja mostram que, durante a primeira sessão do concílio, os legados enviados por Roma fizeram um discurso onde descreveram quatro sucessivos patriarcas de Constantinopla e outros como tendo perturbado a paz mundial em razão de novas crenças, referindo-se principalmente ao monotelismo.
Macário teria respondido não publicar novas expressões, mas sim reafirmar aquela que haviam sido recebidas dos sínodos, dos santos e ecumênicos, além dos santos padres de Roma.
Macário não conseguiu encontrar nenhuma referência ao monotelismo, procurando em autores respeitados na Igreja, como Cirilo de Alexandria e Leão I. Depois, teria encontrado alguns documentos que, alegadamente, teriam sido publicados por Menos e pelo Papa Vigílio.
Esses documentos, no entanto, mostraram serem falsos, tendo sido introduzidos entre os atos do Segundo Concílio de Constantinopla. Na sessões seguintes, Macário e seus seguidores apresentaram três volumes de testemunhos de papas, que haviam sido selados para posterior exame.
Nas últimas sessões do concílio, Macário leu a sua Echtesis, ou profissão de fé, onde apelava para a autoridade de Honório em favor do monotelismo. Questionado sobre sua crença, afirmou que preferia ser cortado em pedaços e jogado ao mar a admitir a doutrina do ditelismo, que afirmava ser Jesus de duas formas, uma divina e outra humana.
Nas sessões que encerraram o concílio, os testemunhos dos padres da Igreja mostraram-se totalmente corrompidos e Macário foi formalmente expulso ao final da última sessão.
Mesmo tendo sido deposto, Macário saiu do concílio com outras ideias. Os legados de Roma mostraram que queriam destruir a crença no monotelismo de uma vez por todas e, quando o imperador questionou se havia mais assuntos a serem tratados, responderam que havia alguns escritos apresentados por Macário e por um de seus discípulos que aguardavam exame.
Entre os documentos estava a primeira carta de Honório a Sérgio I de Constantinopla e os legados, pelo conteúdo escrito, aceitaram a necessidade de condenar Honório, acreditando que, desta forma, impediriam qualquer renascimento da ideia e doutrina do monotelismo.
O Terceiro Concílio de Constantinopla, pela primeira vez, atuou assumindo que as definições doutrinárias do pontífice romano deveriam ser irreformáveis, ou seja, estavam criando o embrião da “infalibilidade papal”.
Ao final do concílio e depois de deposto, Macário e cinco de seus seguidores forma enviados a Roma, sendo condenados pelo papa a ficarem confinados em diferentes mosteiros.
A profissão de fé na Eucaristia de Macário é a versão mais antiga de qualquer referência à doutrina num credo formal. Para Macário, o corpo e o sangue da Eucaristia eram verdadeiramente o corpo e o sangue de Cristo.