O Dia de São Nicolau de Flue é comemorado pela Igreja Católica no dia 21 de março, coincidentemente o dia de seu nascimento e de sua morte. Nasceu em 1417, em Sachseln, na Suíça, falecendo próximo à sua cidade, no eremitério que escolheu para viver por mais de 40 anos. O santo é o padroeiro da Suíça e é conhecido naquele país como Irmão Klaus.
Nicolau viveu no cantão suíço de Obwalden, nascido de uma família de camponeses ricos, embora piedosos, e se destacou como soldado na luta contra o cantão de Zurique, num governo que se havia rebelando contra a Antiga Confederação Helvética.
Atendendo a pedido de seus pais, casou-se com Dorothy Wiss, filha de agricultores que cultivavam as terras próximas às margens do lago Sarnen e continuou sua carreira militar até a idade de 37 anos, conseguindo a patente de capitão.
Seus biógrafos afirmam que ele lutava com a espada em uma das mãos e segurava o rosário na outra.
Por ter uma personalidade extremamente afável, sendo amado pela população, tornou-se juiz e conselheiro do cantão da Unterwald, chegando a exercer a função de deputado na Dieta Federal, no ano de 1462. Muitas vezes recusou o cargo de governador do cantão.
Durante seu período como juiz, de acordo com os historiadores, conheceu um movimento religioso chamado “Os Amigos de Deus”, que lhe chamou muito a atenção, despertando novamente em seu íntimo a vontade de seguir a vida religiosa.
Com sua mulher, educou os dez filhos do casamento, cinco meninos e cinco meninas, direcionando-os de acordo com os preceitos da religião católica.
Em determinado momento, em comum acordo com sua esposa e depois de ter educado os filhos, Nicolau retirou-se para a vida de eremita, recolhendo-se a um monastério próximo à sua casa, com o propósito de se dedicar exclusivamente à vida religiosa.
A decisão veio a partir do momento em que começou a ter algumas visões, que reavivaram em seu espírito o desejo de servir a Deus. Estava já com quase 50 anos e, como já havia cumprido com todas as obrigações para com o mundo, percebeu que estava na hora de atender os desejos de sua alma.
O dia 16 de outubro de 1467, segundo os biógrafos, foi a data em que Nicolau apareceu diante de todos os parentes e amigos, descalço e portando apenas uma longa túnica de peregrino e um bastão numa das mãos, carregando ainda o rosário na outra, agradecendo tudo o que havia recebido, pediu perdão pelas faltas e exortou a todos a temerem a Deus e não se esquecerem de seus mandamentos.
Dando sua benção a todos, partiu para o seu eremitério e dedicou-se totalmente à vida em oração, penitência e jejuns, sem deixar, no entanto, de frequentar a igreja, indo às missas aos domingos e dias santos.
Seu eremitério era composto apenas de uma tábua como cama e de uma pedra como travesseiro. Durante alguns anos, alimentava-se apenas de ervas e frutas e, no processo, que se estendeu por 33 anos, acabou por se alimentar somente da eucaristia.
Nicolau morreu com 70 anos, sem nunca abandonar o atendimento a quem o procurava, interferindo pacificamente nas contendas entre católicos e protestantes, sendo amado por todos como um modelo de homem pacifista, chegando a ser considerado pai da pátria.
O título de pai da pátria lhe foi atribuído durante seu período de ermitão, quando foi chamado novamente para debelar a ameaça de uma guerra civil. Os bons resultados de suas intervenções o levaram a ser considerado um herói pelo seu povo.
Depois de sua morte, os vizinhos construíram uma capela e uma ermida em seu eremitério, que foi consagrada em 1469.
O Papa Pio XII canonizou São Nicolau em 1947, declarando-o padroeiro da Suíça.